domingo, 17 de março de 2019

Um começo e as despedidas



Finalmente, começou a temporada 2019 da F1. E não dá para falar desse início sem tocar em uma despedida: Charles Whiting. De mecânico, à diretor de prova. Mais de 40 anos de F1. Trabalhou com Nelson Piquet no bicampeonato pela Brabham e por mais de 20 anos era o responsável pelas principais decisões dentro das corridas. Vai fazer falta.

Ainda falando em despedidas, será o fim da figura submissa de Valteri Bottas? Ameaçado pelo fantasma que ronda os boxes da escuderia bávara (chamado Esteban Ocon), o piloto finlandês parece que pretende exorcizar o risco de perder o acento no fim do ano. Corrida brilhante, irretocável. A volta mais rápida no fim, mais de um segundo abaixo do tempo de Verstappen, prova que Bottas não quer ser o mesmo em 2019. "How about that...", Toto?

Olha, outra despedida é a da ilusão que a pré-temporada teima em causar. Era óbvio que a Mercedes escondia o verdadeiro potencial do W10. Só a Ferrari não enxergou. Respondendo a pergunta do Vettel ("Why are we so slow?"): porque a Ferrari não tem o carro tão incrível que parecia ter nos testes. Agora, do que a Ferrari não se despede é do velho hábito de deixar seus dirigentes de cara amarela nos boxes, enquanto decidem no paddock o resultado da pista. Le Clerc nem precisava ter falado que a equipe pediu para tirar o pé. Já era evidente.

Acho que aqui ainda cabe anda mais uma despedida. A Williams parece se esquecer que foi uma equipe vitoriosa e tradicional. Não bastasse nos treinos de classificação ter conseguido ficar com um tempo pior do que registrou no ano passado (lembrando que o do ano passado era inferior ao de 2017, ano em que o carro era bem ruim), Russel e Kubica largaram e permaneceram nas últimas posições. Russel, o melhor dos dois, duas voltas atrás do líder.

Falando das demais despedidas. Apesar de Riccardo ter levado à sério o recado do torcedor (de que não precisava de asas), o carro da Renault permitiu ao companheiro Hulkennberg um sétimo lugar sem sustos. Nada perto, claro, da Red Bull, que se despediu dos motores Renault para começar vida nova com os motores Honda. Verstappen foi terceiro, passou Vettel e ameaçou Hamilton. Se deu bem a equipe austríaca na troca. Será que se despedir da antiga equipe foi uma boa para o australiano?

A McLaren, que deu adeus aos motores Honda, não teve muita sorte na estreia. Foi justamente o motor Renault, que causou o abandono de Sainz. Com Norris em 12º, a equipe britânica não pontuou. nenhuma surpresa. No mais, vale destacar o bom sexto lugar de Magnussen, o primeiro da F1.5. E também a oitava colocação de Kimi Raikkonen, que se despediu da Ferrari, mas tem lenha para queimar. O filho do dono da Racing Point, Stroll, se saiu bem. Superou Perez e fechou a zona de pontuação. Esse foi esperto ao abandonar o barco furado da Williams.