quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Ronaldinho, uma griffe ainda na moda

Ronaldinho estreia pelo Fluminense.
A chegada de Ronaldinho Gaúcho ao Fluminense, como não podia deixar de ser, veio cercada de incógnitas. Vale gastar tanto? Por que colocar um jogador "problemático" em um time que está encaixado? Ele está a fim de jogar bola, mostrar empenho aos 35 anos? Não vai desestabilizar o bom ambiente do Flu?

As respostas começaram a ser dadas mesmo antes da estreia do craque, contra o Grêmio, pela 16ª rodada do Brasileirão, no último sábado. No que diz repeito ao marketing, o nome de R10 mostrou que ainda tem peso, foi um dos mais citados nas redes sociais - superando o de Paolo Guerreiro, recém contratado do rival Flamengo. Além disso, o gaúcho atraiu dezenas de pessoas para os treinos nas Laranjeiras e o programa sócio-torcedor do tricolor carioca foi alavancado, ganhado quase 10 mil novos adeptos.

Mas, é claro que toda essa empolgação teria recebido um banho de água fria, se R10 tivesse um desempenho ruim em seu primeiro jogo. O Fluminense arriscou. Colocou o mais novo astro em campo, mesmo tendo apenas uma semana de preparação, mesmo sem saber se aguentaria jogar 45 minutos. Era uma estratégia para manter o foco em Ronaldinho, manter o nome do Fluminense na mídia.

E o resultado dessa aposta teve saldo positivo. Se a antiga classe apareceu em lances ocasionais, como no lançamento que originou o gol de Marcos Júnior (após intervenção de Wellington Paulista) e o passe que quase resultou no gol de Magno Alves, a vontade de mostrar que ainda tem algo a oferecer ficou evidente nas tentativas de roubada de bola, como nos carrinhos que resultaram em um cartão amarelo para o craque.

R10 comemora o gol de Marcos Júnior.
Ronaldinho correu, marcou, aguentou os 90 minutos em campo, mesmo depois de dois meses sem atuar. Se não é (e não será) o jogador que há dez anos encantou o mundo com um talento e condições físicas excepcionais, é para o futebol brasileiro um jogador que ainda pode fazer a diferença - especialmente pela carência de grandes jogadores, diante da incapacidade dos clubes de reterem as principais promessas.

O Ronaldinho do Flu, com vontade, com sequência, com ritmo de jogo, pode voltar a ser o jogador de dois anos atrás, que decidiu jogos para o Atlético Mineiro e que ajudou a melhorar o desempenho de jogadores como Jô e Bernard. No Flu, aliás, a empolgação é grande de moleques como Marlon e o próprio Marcos Júnior, que estão estasiados com a possibilidade de atuar ao lado do cara que eles viram pela TV metendo aquele golaço contra a Inglaterra na Copa de 2002 e saindo de campo aplaudido de pé pelos torcedores merengues, depois de ter destruído o time da casa.

Ronaldinho segue como esperança de ajudar o Flu a brigar pelo título do Brasileirão.
Se havia dúvida quanto à disposição e o ambiente, parece não haver mais. Se ainda há dúvidas quanto à contratação, se R10 poderá fazer a diferença, elas serão respondidas nos próximos capítulos dessa história.


Festa da torcida

Outro ponto positivo a se destacar dos primeiros passos do craque pelo tricolor carioca foi a festa que a torcida fez para R10 no Maracanã. Um belo mosaico 3D, lembrando a festa que a torcida do Borussia faz para seu time na Bundesliga. Além disso, foram mais de 30 mil torcedores, um número expressivo para o futebol brasileiro atualmente.

Mosaico tricolor no setor sul do Maracanã dá boas-vindas à Ronaldinho.